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Rotinas e Práticas


Período de Adaptação e Acolhimento das Famílias e Crianças.   

Um bom planejamento do período de acolhimento garante um processo mais tranquilo para as crianças, suas famílias, os educadores e todos os demais que acompanham essa fase tão importante na vida da criança.
Revista Avisa Lá.                


Entendemos que os cuidados que temos quando acolhemos as crianças devem ser realizados durante todo o ano. Por motivos diversos, que vão desde problemas de saúde a situações familiares, algumas vezes as crianças precisam ficar afastadas da escola, necessitando, ao retornar, de uma atenção especial das educadoras para envolvê-las novamente com as situações de aprendizagem e socialização com os colegas.               
Após a matrícula da criança, os pais já são avisados e convidados a participarem da primeira reunião com a equipe gestora. Nesse encontro são abordados vários assuntos, dentre eles: o período de adaptação, rotina escolar, conhecimento do espaço físico da escola, a especificidade das crianças, alimentação, saúde, concepções pedagógicas e participação das famílias na construção do projeto da escola, APM e conselho escolar. É o primeiro momento oficial em que damos aos pais oportunidade para esclarecerem suas dúvidas e ansiedades, muitas delas serão retomadas no decorrer do ano.     
           No início do ano letivo os educadores conversam individualmente com todos os pais, para que contem sobre expectativas e dúvidas e para que o educador saiba um pouco sobre como é a vida da criança em família. Dialogam sobre os hábitos alimentares, saúde, temperamento, histórico do nascimento, relações sociais, com quem brinca, quem mora na casa além dos pais, onde costumam passear.    Consideramos esses momentos importantes para melhor recebermos as famílias e para auxiliar na elaboração do planejamento das atividades de acolhimento de forma que respeite as particularidades de cada criança.  O primeiro dia da criança na escola conta com a presença dos pais ou responsáveis. Se for necessária a presença e o acompanhamento de um responsável para dar segurança à criança que apresenta mais dificuldade durante o período inicial de adaptação, sua permanência será bem vinda e reduzida gradualmente, conforme observações dos educadores sobre a necessidade das crianças. 
O planejamento intencional prevê atividades adequadas às faixas etárias, incluindo a organização dos espaços e seleção de brinquedos e materiais, de acordo com a fase da criança.  Considerando que, para algumas crianças e famílias, o início do ano letivo pode ser difícil devido à separação e adaptação ao novo ambiente da escola, pensamos em algumas ações para assegurar que a recepção seja realizada com o máximo respeito e atenção a todos, no sentido de ajudar as famílias a confiarem no trabalho da instituição:  
·         Dialogar com os pais sobre os objetivos do período de adaptação/acolhimento já na primeira reunião e sempre que perceber que ainda sentem dúvidas;  
·         Compreender que ficam inseguros e que não adianta julgá-los, pois estão deixando os filhos o dia todo numa experiência nova e num espaço desconhecido; 
·         Sensibilizar sobre a insegurança da criança que vai embora depois do horário; 
·         Conversar com as mães que ainda amamentam as crianças, buscando estratégias para que a aceitação da alimentação escolar se dê de forma mais tranquila, explicando sobre o cardápio da escola; 
·          Explicar aos pais que despedidas longas podem causar insegurança nas crianças;
·         Sensibilizar as famílias de que as reuniões com pais são importantes momentos para estabelecer parceria; 
·         Pedir para a família, na medida do possível, que acalme a criança antes de entregar às educadoras, que devem se aproximar da criança;  
·         Tranquilizar os pais em relação ao choro das crianças, pois, é natural que nesse momento estranhem o espaço, os adultos e as outras crianças; 
·          Mostrar a participação da criança na rotina da escola (fotos, filmagens) e os registros sobre o desenvolvimento (relatórios); 
·         Preparar o ambiente de forma acolhedora, facilitando o acesso aos brinquedos.
  O educador poderá usar algum acessório diferente para chamar a atenção das crianças, sempre atentos ao sentimento que esses adereços podem despertar na criança, que podem ou não gostar de adereços como arquinhos, chapéus, fantasia ou fantoches. 
 Ter um olhar atento para o choro da criança, acolhendo, conversando, ficando próximo, mostrando-se acessível a ela.   Prestar atenção ao que causa medo e insegurança às crianças. Exemplos: algumas crianças têm medo de ir ao banheiro por associarem ao hospital, outras temem os bichos de pelúcia, vídeos ou histórias que tenham lobos ou bruxas.   Ficar próximo à criança, pois, não dá para dar colo a todos ao mesmo tempo.   Compreender as emoções das crianças e o tempo que cada uma precisa para se adaptar à escola.   Identificar as preferências das crianças seja por observação seja por conversa com as famílias, desde os primeiros momentos delas na escola, incorporar no planejamento.   Ampliar o período de adaptação com horários reduzidos, caso observe que esse recurso vai auxiliar a criança no processo de adaptação. Decisão deve ser conversada e estabelecida com a família.  
Ao final de cada dia, educadores conversarão e registrarão as observações e planejamento para qualificar as ações, socializando com as gestoras questões específicas sobre as crianças e famílias que consideram importantes pensar juntas, por exemplo, saúde, alimentação, horários diferenciados, além de socializar com as gestoras questões específicas sobre as crianças e famílias que consideram importantes pensarmos juntas.
            O quadro geral de horário existe para que as educadoras, ao planejarem semanalmente, as atividades, antecipem os materiais, adequação dos espaços de acordo com a intenção. Também, para que planejem os encontros entre as turmas de forma organizada, evitando tumultos que comprometam a participação efetiva das crianças. 

Entrada: Acolhimento diário das famílias e crianças

As crianças são recebidas em suas salas referências, a partir das 7h30 horas. A recepção é realizada com cordialidade, afeto e alegria pela educadora.  Alguns pais aproveitam para perguntar sobre os filhos ou dar algum recado, rapidamente, o mais comum é sobre administração de remédios.  A organização do ambiente é planejada considerando as especificidades da faixa etária. Iniciamos com propostas de atividades diversificadas, como cabanas, livros de histórias, salão de cabeleireiro, pistas para carrinhos, casinha, bolas, papéis e lápis, blocos de montar e nos berçários, cestos de tesouros.  Utilizamos os móveis da sala, tecidos, materiais recicláveis para incrementar as propostas e brincadeiras.   Os materiais são dispostos de forma convidativa para que as crianças ajam com independência e segurança.
Enquanto a brincadeira ocorre as crianças são organizadas em subgrupos para iniciar o café. Não paramos a brincadeira, ela ocorre concomitante, um educador desce com o primeiro grupo e, de acordo com o planejamento, fazem revezamento nos atendimentos. Consideramos esse momento de acolhimento fundamental para que se estabeleça vínculo afetivo entre as crianças e educadoras, pois é um momento difícil, de separação, para os dois.  Dar atenção para a criança e conversar com os pais contribui para fortalecer os vínculos de confiança e parceria entre educadoras e famílias, a criança percebe essa relação.   No decorrer do ano as crianças participam de forma cada vez mais independente da organização dos materiais pessoais, retiram a agenda e guardam em local identificado com seus nomes. Esses procedimentos são intencionalmente pensados para que as crianças construam identidade e autonomia. 


Organização de Atendimento individualizado /Educacional Especializado.
Cuidamos e educamos, diariamente, de todos os bebes e crianças e quando algumas delas nos apresentam  necessidades especiais, sejam temporárias ou diagnosticadas, recebem atenção redobrada de toda a equipe, no sentido de que seus direitos e bem estar sejam garantidos da mesma forma que são para as demais crianças.  Entendemos que os direitos se revelam em práticas que as incluem em atividades com as demais crianças, porém, com recursos diferenciados, para que consigam agir e interagir com seus pares e com os materiais de seu interesse.
O diálogo constante com a família é fundamental, assim que a criança é matriculada agendamos a primeira reunião com as famílias. Ao iniciar o ano letivo, as educadoras convidam os responsáveis para uma conversa mais específica para conhecer a história de vida da criança até a vinda para a creche. No decorrer dos primeiros dias de acolhimento, as educadoras realizam documentações com foco no comportamento e aprendizagem da criança, registros compartilhados com a coordenadora pedagógica que também observa a criança e conversa com a família sobre nossas observações.  Essas ações pedagógicas ocorrem para que o atendimento às necessidades da criança seja qualificado, de acordo com as observações das duas instituições. Durante o período inicial de acolhimento, as decisões são sempre em constante diálogo entre os envolvidos nesse processo, quando necessário, após decisão da equipe, a coordenadora entra em contato com a equipe de orientação técnica (orientadora pedagógica, fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional), que também observa e faz os encaminhamentos necessários.
Todas as observações e registros são essenciais para planejarmos a rotina de forma a acolher e incluir todas as crianças, com a garantia de seus direitos, sendo o principal deles o direito de viver a infância e ser feliz!

Atividades diversificadas:       
 As atividades de brincadeiras para bebes e crianças pequenas devem incluir variedade de materiais e brinquedos. Esses materiais devem estar na altura delas para que escolham o que querem com liberdade. As interações e trocas durante as brincadeiras são incentivadas pelas educadoras que observam as crianças enquanto brincam. Essas propostas são organizadas, no início do período, para acolher as crianças, durante as transições das refeições e ao final enquanto se aguarda os pais. Para essa organização os educadores separam os materiais e os dispõe em cantos, mesas ou chão, de acordo com as linguagens que queiram contemplar e interesse da turma.      
O princípio básico é o exercício da autonomia (liberdade de escolha), ou seja, a atividade deve ser pensada de forma que a criança não dependa do educador para descobrir e explorar os materiais e ambientes, com prazer, segurança e gradativa independência

 
Momento do Repouso       
            O repouso é um dos momentos planejados em função da saúde e do bem estar das crianças. Por isso a organização do espaço e o tempo para essa proposta é planejada de acordo com as necessidades e as fases em que estão.         
Dos quatro aos seis meses mantemos os bebes em berços, depois passam a dormir em colchões como as demais crianças. Essa prática se dá por acreditarmos ser importante a interação entre elas e o ambiente, pois, podem se movimentar e agir de forma mais independente logo que acordam.        
O educador identifica e acolhe as preferências dos bebes e das crianças, que vão desde a posição do corpo, materiais de apego ou local dos colchões. As maiores demonstram suas preferências de forma explicita e são capazes de ajudar na organização do espaço antes e depois do descanso.        
 As crianças não são obrigadas a dormir, pois, o sono é um ato espontâneo. Se ficar irritada ou resistente em relaxar, mesmo estando sonolenta, o educador deve aproximar-se, acolhendo-a pelo toque ou acalanto. Em algumas situações, o diálogo com a família para compreender os hábitos de repouso da criança é fundamental.  Para as crianças que ficam acordadas, montamos na sala um canto com livros, brinquedos, papéis, lápis de cor e outros materiais utilizados em atividades silenciosas para entretê-los.  
            Organizamos esse momento para que seja o mais tranquilo e confortável para as crianças, tendo em vista algumas orientações para os educadores:  
·         Preparar um ambiente aconchegante, com músicas que acalantam, acalmam ou ninam as crianças;
·            Deixar a luz natural no ambiente, sem escurecê-lo demais;
·          Planejar atividades mais tranquilas, como livros e desenhos para aqueles que não querem dormir ou que vão acordando;
·           Deixar janelas abertas e portas, mesmo no frio. Neste caso, agasalha-se mais as crianças.  A ventilação do ambiente é de extrema importância para a saúde de todos;
·         Organizar o espaço de forma que os colchões fiquem afastados uns dos outros;
·         Orientar as crianças a deitarem com as cabeças invertidas, para evitar que respirem muito próximas;
·         Usar lençóis e edredons individuais;
·         Nunca deixar crianças dormindo sem um adulto responsável;
·         Durante o sono das crianças o educador deve ficar atento e numa posição em que consiga enxergar todas as crianças;
·         Dar atenção individual às crianças que demonstram dificuldades para relaxar, porém, cuidar para que a criança não fique dependente do adulto para adormecer;
·         Sempre que possível, incluir as crianças na organização do ambiente, antes e depois do sono;
·         Possibilitar a autonomia para que a criança cuide de seus pertences pessoais, como chupetas, sapatos, paninhos ou travesseiros.
 Também cuidamos da forma que despertamos as crianças:  
·         Abrimos as persianas e iniciamos a movimentação de forma natural. 
·         Convidamos as crianças que já acordaram para ajudar acordar os amigos.  
·         Não aumentamos nem diminuímos o tom da voz.   
·         Retiramos os edredons apenas das crianças que já acordaram, comunicando a ela o que será feito e solicitando sua ajuda.   

 Momentos de Alimentação:

            Planejamos os horários das refeições, café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, atendendo as crianças em pequenos grupos. Enquanto um grupo de, no máximo, seis crianças vai para o refeitório, as demais brincam ou escovam dentes ou se preparam para o descanso.
Além das aprendizagens diretamente relacionadas à alimentação, garantimos muitas outras aprendizagens que englobam os vários campos de experiências. São momentos ricos em que as crianças desenvolvem habilidades motoras, sociais, afetivas e adquirem autoestima/identidade positiva de si. Além disso, o percurso entre um ambiente e outro proporciona inúmeras situações interativas e surpreendentes para as crianças quando elas se encontram e convivem com os colegas de outras turmas e adultos da escola.  Com essa organização teremos sempre um educador com as crianças na sala referência ou em outro ambiente previamente planejado, enquanto o outro orientará e acompanhará as crianças durante as refeições. 

Momentos de refeições e transições pelos espaços  

           Para garantirmos a qualidade desse trabalho contamos com a colaboração de toda a equipe escolar, especialmente a equipe de apoio, que observa as crianças enquanto descem ou sobem as escadas ou caminham pelas rampas, transitam de um espaço ao outro, orientando-as e auxiliando-as sempre que necessário. 



Orientações didáticas para as refeições de acordo com a faixa etária:

Berçários:   
Os alimentos oferecidos às crianças devem ser previamente preparados, de acordo com a turma.   O educador deve agrupar as crianças considerando as necessidades de cada uma. Por exemplo, quem chega mais cedo se está com fome, irá primeiro para o refeitório ou quem demora mais para comer. Gradativamente, as crianças se manifestam quando sentem fome ou quando preferem brincar um pouco mais.
Cabe ao educador garantir a participação das crianças nessas decisões.  As educadoras, em parceria com as cozinheiras, colocam o leite na mamadeira de acordo com a quantidade que cada criança aceita e de acordo com a faixa etária.  
Através da observação das capacidades das crianças, promovemos novos desafios, por exemplo, usar o copo ao invés da mamadeira e colocar o leite no copo.   Durante o café da manhã é possível planejar as seguintes atividades com as crianças: roda de música, atividades diversificadas, brincadeiras com bolas. 
Quando só há uma educadora com a turma e acontecem eventualidades, como por exemplo: necessidade de troca de fraldas, solicitamos ajuda para outro funcionário da escola.  As mães que amamentam, têm o direito de alimentar o bebê em espaço reservado na escola. 
Procuramos promover para as crianças uma alimentação adequada respeitando o período de dentição, iniciando com alimentos bem pastosos e gradativamente oferecendo os mais sólidos. 
Durante o almoço percebemos que algumas crianças ficam sonolentas, por este motivo, antes de irmos para o refeitório lavamos as mãos e se necessário, o rosto.   
Oferecemos variedade de potes de encaixar, brinquedos emborrachados, mordedores, instrumentos musicais, sucata, cesto de tesouros como atividade enquanto ocorre o almoço.  Conforme os bebes voltam iniciamos as trocas de fraldas e escovação.  Cuidamos para que o ambiente seja agradável e conversamos com os bebes em tom de voz baixo, enquanto os alimentamos. 
Durante o período de adaptação o lanche é servido na sala referência, para atender às necessidades de sono de cada criança.   Estendemos uma toalha de plástico no chão, onde os bebes podem sentar enquanto saboreiam as frutas ou papinhas.  Os bebes que ainda não andam ou engatinham são levados para o refeitório, de dois em dois, quando ainda utilizam cadeirão ou em grupos de 3 em 3, quando já se sentam à mesa.   O educador senta-se com as crianças e as auxilia para que desenvolvam independência para se alimentar, ajudando a levar os alimentos na boca, oferecendo uma colher a mais, dialogando todo o momento, conversando sobre os procedimentos/ ações que vão ou estão acontecendo , de forma que não seja um diálogo só de orientação.  




Turmas do infantil I:
No início do ano, período de acolhimento, planejaremos propostas em espaços mais próximos ao refeitório, facilitando o acompanhamento do percurso e a localização entre um espaço e outro pela criança, até que se sintam seguras para realizar esse percurso com maior independência.  
Observarmos necessidades de cada criança para definir os primeiros agrupamentos para as refeições, incluindo a criança nessa decisão.  
Planejamos propostas, concomitantemente com as refeições, considerando que um educador estará sozinho com a maioria do grupo, nas quais as crianças ajam com maior independência, atividades diversificadas nas salas referências ou brincadeiras em pátios e parque. 
O café da manhã, almoço e jantar são realizados no refeitório.  O lanche acontece de acordo com o planejamento dos educadores, além do refeitório, podendo ser em forma de piquenique no gramado ou excepcionalmente na sala referência . 

Turmas do infantil II: 
            No início de cada refeição, um grupo de no máximo de seis crianças dirigem-se ao refeitório acompanhados por um educador.  Gradativamente é possível incluirmos as crianças nas decisões de quem irá para o refeitório, considerando a fome, sono, interesse pela brincadeira e dessa forma os acordos e negociações são realizados entre educadores e crianças.  
Durante o ano incentivamos as crianças a servirem-se de forma mais autônoma.   Na medida em que terminam de se alimentar voltam para brincadeira para que outras crianças dirijam-se ao refeitório. 
Após o repouso o educador orienta as crianças que acordam para que se preparem para o lanche: calçar sapatos, fazer xixi, lavar mãos, auxiliar na arrumação da sala.  Os educadores conversam com as crianças retomando os combinados sobre o trajeto, as relações de convivência, incentivando as parcerias.
 Brincadeiras que envolvem movimentos e faz de conta e jogos de construção, são as mais adequadas para essa faixa etária, enquanto ocorrem as refeições.  Incentivamos as crianças a servirem-se, orientando sobre as quantidades e temperatura dos alimentos. 



Caso a proposta esteja acontecendo em outro espaço que não a sala referência é preciso orientar a criança para que ela entenda que deve retornar a esse local e não para a sala.  
As crianças são orientadas a devolverem os pratos após as refeições em uma caixa organizadora. Também são orientadas a limparem a boca, jogarem o papel no lixo e levar as travessas na cozinha. 

Orientações específicas durante o acompanhamento da alimentação:

            Durante as refeições estimular a criança a experimentar os alimentos, conversando sobre sabores, aspectos, aroma, sem deixar de respeitar as preferências.  Não impor condições para que a criança coma para obriga-las a comerem.  Exemplo: Se não comer, não vai brincar.  
Passar uma imagem positiva dos alimentos, cuidando para não expressar suas próprias preferências.  
Apoiar e valorizar as relações entre as crianças nos momentos de refeições. Exemplo: quando ajudam umas as outras a se alimentarem.  
Cuidar das transições alimentares, de acordo com as especificidades da faixa etária, em parceria com as cozinheiras.  
Orientar a comer devagar, mastigando bem os alimentos.  
Cuidar da quantidade de alimentos oferecidos, colocando pouca comida no prato e oferecendo a repetição em pequena quantidade, para evitar desperdícios. 
Acompanhar o processo individual, observando e acolhendo as preferências e necessidades das crianças. Exemplos: se gostam de alimentos amassados, com mais ou menos caldo, usar as mãos para levar os alimentos até a boca.  
Incentivar a criança a se alimentar utilizando recipientes e talheres da forma usual na nossa sociedade, sem desrespeitar os hábitos já adquiridos.
Investigar se a criança já tomou o café da manhã em casa, para entender algum tipo de rejeição aos alimentos das escolas.
            Dialogar com a família sobre a importância de oferecer alimentos sólidos e investigar outros hábitos alimentares quando suspeitamos que a criança esteja acima ou abaixo do peso. 

Orientações gerais: 
·         Incluir propostas que despertem o interesse de conhecer os alimentos.  
·         Conversar com as crianças sobre as saídas das educadoras e dos colegas, para que entendam que logo estarão de volta e não sofram, principalmente no início do ano. 
·         Considerar o conhecimento e as habilidades das crianças quando formar duplas ou grupos de crianças para as refeições.
·         Sinalizar de forma visível em sala referência, para casos de substituições, crianças com prescrições e dietas diferenciadas.  Caso não tenha educador (equipe de apoio) nos pontos combinados: escada e curva da rampa, o educador da sala referência acompanhará o pequeno grupo durante o percurso.  
·         Planejar de forma que haja revezamento entre as educadoras para acompanhar as crianças enquanto se alimentam. 
·         Atentar-se à postura dos bebês para definir quais são capazes de sentarem-se à mesa.    
·         Higienizar o nariz das crianças antes e durante as refeições, sempre que necessário.   As mãos das crianças devem ser lavadas antes das refeições com água e sabão e se houver necessidade higienizadas com álcool em gel ou lenços umedecidos ao chegar ao refeitório.
·         Ter uma lista com os nomes das crianças para controlar quem já foi se alimentar.

Trabalho das equipes

            Equipe de apoio auxilia as crianças em suas transições, prioritariamente nas escadas e rampas, em constante diálogo com as educadoras de sala.  

            Gestoras acompanham o trabalho, mediante observação direta e avaliação das equipes.    Equipe da cozinha, em dialogo com as educadoras, assume com elas, as diferentes tomadas de decisões, de acordo com as necessidades do dia. 
 Professoras estabelecem parceiras com famílias para compreender alguns hábitos alimentares das crianças e na medida do possível, ajustar a rotina de alimentação. 
A organização dos trabalhos em pequenos grupos permite ao educador acompanhar a aprendizagem das crianças mais atentamente. Validamos o trabalho em pequenos grupos, de forma gradativa, pois é fundamental que os educadores e toda equipe, acreditem na proposta, para que não recuem diante das dificuldades, ao contrário, que busquemos juntos outras formas para superarmos as dificuldades . 
                 
  Saída: Acolhimento das Famílias e entrega das crianças.

            Após o jantar as crianças já percebem que está quase na hora de ir embora. Porém, muitas aprendizagens acontecem até a chegada das famílias
Os bebês e as crianças são incluídos nas atividades de cuidados pessoais, de acordo com sua competência. Aprende a vestir-se, escolher a roupa, guardar os pertences, colocar a fralda suja no lixo, limpar o nariz, pentear cabelo. O movimento é intenso e orientado todo o tempo pelas educadoras. Todas essas ações são intercaladas com as propostas de brincadeiras, contação de histórias, músicas e danças, para que as educadoras consigam atender individualmente e realizar as trocas de fraldas e roupas e lavagem de mãos.
É importante cuidar para que não haja tempo de espera.            
Ao chegar, os pais percebem esse movimento e aprovam a iniciativa das crianças que buscam suas mochilas e se despedem dos educadores. A partir das 17h05min quando a maioria das crianças já foram embora, as propostas são alteradas, atendendo preferências individuais das que permanecem até ás 17h30. Algumas gostam de brincar no pátio, onde estão o escorregador e mini gangorras. Outras preferem ficar em sua sala referência. No decorrer do ano, as crianças se divertem e brincam juntas, enquanto esperam seus pais. Cabe ao educador observar qual a estratégia mais adequada para cada uma, ao mesmo tempo em que incentiva a coletividade.  Dessa forma garantimos o bem estar das crianças até o final do período.  
 
 Estudo do meio      
            Acreditamos que as experiências vivenciadas pelas crianças quando participam dos passeios promovidos pela escola devem ser ricas para seu desenvolvimento, por isso consideramos os princípios e a concepções da escola também para essa proposta que demanda muitos cuidados, atenção e responsabilidade de todos os envolvidos na organização. Promover passeios com crianças pequenas não é tarefa fácil, por isso, realizamos um planejamento que antecipe todas as etapas e a organização dessa atividade.       
Além de serem interessantes para a criança, os locais e materiais escolhidos devem contar com uma estrutura que possibilite a exploração com certa independência seja pelo tato, pela boca, pelo cheiro ou pelo movimento. Crianças pequenas precisam explorar e descobrir o mundo pelos órgãos dos sentidos, e essa escolha deve propiciar a ampliação do conhecimento de forma segura.        
Dependendo do lugar escolhido é possível convidarmos um responsável para participar da atividade, pois, a presença da família, além de dar segurança à criança, aproxima família e educadores.              
Após a escolha do lugar, outra ação se faz necessária, conversar com as famílias, considerando que a confiança na escola, é fundamental para que autorizem a saída da criança. E, claro, instigar o desejo nas crianças, antecipando o dia do passeio, falando sobre o local, contabilizando os dias, falando sobre o transporte que usaremos, enfim, acolhendo as curiosidades. Sabemos que para algumas crianças é estranho sair da escola com as educadoras, inclusive, temem andar de ônibus sem a presença da mãe, é preciso cautela e paciência, caso haja choro.        
            Na certeza de que a cada ano estamos mais conscientes e experientes para organizarmos essas propostas, por meio das observações e avaliações realizadas após os passeios, foi possível pensarmos em critérios para planejarmos as saídas das crianças da escola: 
  •   O local deve proporcionar acesso à cultura; 
  •   A curiosidade da criança deve ser aguçada ou provocada durante a exploração do novo espaço;
  • Ter local apropriado para trocas ou higiene da criança e banheiros para adultos;
  • Possuir água potável de fácil acesso;
  •  Não ter lanchonetes ou locais de venda de produtos industrializados acessíveis à criança;
  • Possibilitar interação e comunicação entre crianças e adultos;
  • Ter locais para sentar ou descansar, quando a criança sentir necessidade;
  • Contar com pessoas ou monitoras preparadas para atender as necessidades das crianças, se houver;
  • Ter relação com os objetivos e conteúdos validados na proposta pedagógica e ou projetos didáticos da escola;


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